quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

obrigado

eu não sei o que pedir para o ano novo. eu tenho e tive tudo que me cabia e tudo o que poderia ter. Descobri que não me falta quase  nada. apenas alguns detalhes, coisa pouca que eu sei que vai vir, por que sempre vem.enfim, talvez seja preciso apenas agradecer, por que eu estou no lugar que deveria estar. 

Então, OBRIGADO pelos dias que passaram e pelos dias que virão. Eu sei que dou conta.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

muito menos.

sabe o que eu não gosto? não gosto de me sentir intrometida, no meio de coisas que não faço parte, dando opinião ao que não fui chamada, ou pesando para uma decisão ou outra. Gosto menos ainda de ser válvula de escape, de ser só "a coisa boa" ou só " a coisa ruim", a utopia, o idealismo, a carta marcada.
Eu acho que todo mundo é um pouco de tudo: de tudo o que é bom e o que é ruim.   Só o ruim ou só o bom separados não fazem ninguém: é  a mistura que funciona. é essa mistura e uma pitada de não-sei-o-que  que consegue envolver o outro, que dá consistência ao ser humano. é isso que faz a pessoa ser inteira e estar com alguém é se arriscar nessa imensidão de coisas, onde fica dificil distinguir o que é bom e o que é ruim. De verdade verdadeira, não dá pra ficar só com uma parte do todo, mas de mentira dá.
Não me é mais segredo também que muitas vezes ( para não falar todas) eu escolhi o estrago, o  mais complicado, o mais torto. aaah, como eu gostava de consertá-los. era bom, mas me sugava, me perdia, me estragava.  por isso que, no final, eu sempre voltei para mim e hoje eu quero menos, muito menos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Tapa na cara.

Saiu da frente do computador, pisava fundo e bateu a porta.
A menina voltava a questionar sua existência. afirmava com veemência que não tinha motivos para viver, não entendia porque o mundo existia, porque existia vida, porque?
Brigou com Deus de novo, mesmo sabendo que isso era pecado.
Pediu desculpas, engoliu o choro e brigou um pouco mais .
nada do que lhe era dito soava como conforto, restava então aceitar o sentimento que com frequência lhe pegava pelos cabelos: a solidão. a impotência. o desamparo. a desesperança. a crença de que as coisas não aconteceriam. nunca, nunca.
DEUS lhe respondeu.. um simples telefonema: do outro lado era a irmã.e a força da vida lhe bateu a porta, lhe bateu á cara e não foi sutil, pegou pesado.
Aquilo simplesmente a calou, a acalmou.

ps: O mundo gira, o que falta é fé. Fé na certeza de que se existimos é porque temos que existir.
não sei o que isso significa. o importante é saber o que fazer com tudo isso. é isso que dá o sentido.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Últimos.

o último dia. o último dia aqui. o último sol. a última caminhada. a última corrida. a última saída. o último sorriso. o último tropeço. o último trabalho. a última entrega. o último passo. o último descompasso. a última música. a última dança. o último olhar. o último beijo. o último suspiro. o último sim. o último não.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

elas voltaram.

Apesar da nostalgia, consegui me ver no meio de todo o atropelo do último mês. retrospectivamente senti as mudanças que fui capaz de fazer ao longo do furacão de 2009.
Este ano foi exigente comigo: me obrigou a ter posturas, a tomar decisões, me obrigou a enxergar onde eu pisava e me questionava se era ali que eu deveria estar. Aprendi a olhar o meu caminho, a sentir o vento e a pedir pelo sol. aprendi a aproveitar o processo, a caminhada, em busca de não-sei-ao-certo-o-que. Descobri que eu consigo escrever, e que eu gosto das minhas coisas. eu gosto de mim. Aprendi a ter saudade e a lidar com ela, descontrui valores que não me cabiam mais e ainda não construi outros (nem sei se quero construir e isso também é valor). Aprendi a me expor e a não me importar com o mundo a minha volta, aprendi a me importar com o mundo sem passar dos meus limites. Consegui falar alto e me isolar. Consegui ser acolhedora e sociavel. Aprendi a separar o meu do seu e hoje consigo juntar ao nosso.
Aprendi a aprender e eu sei que isso não acaba nunca.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

se foram.

As idéias se acabaram.. se esvaziaram. se esvaneceram. foram embora. e talvez nunca mais voltem. não saem, nem entram. não sinto falta delas e nem elas de mim. não me consomem, não me perturbam. mas ainda há o que dizer?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Negra Li.

(...)

Para destoar
Para dissolver
Para despertar
Pra dizer


Sou negra livre
Negra livre
Cheguei aqui a pé.

Para desnudar
Para derreter
Para descolar
Pra viver

Para deslizar
Para devolver
Para desbocar
Pra doer

Para desamar
Para adormecer
Para desfilar


Sou negra livre
Negra livre
Cheguei aqui a pé.