Parei de escrever por um bom tempo. Foi um tempo turbulento, cheio de curvas perigosas e escolhas difíceis. Hoje me sinto mais estável e percebo que é nesses dias, na calmaria, que consigo colocar no papel (digo no blog) aquilo que realmente quero falar.
Pensando no que me inspira a escrever, consegui enxergar que são as coisas do dia-a-dia: uma boa conversa com amigas de velhos tempos, minha espiritualidade bem cuidada, um bate papo descontraído ou até mesmo uma inquietude que insiste em permanecer.
Tenho sentido falta do mar e sem duvidas, ele é o que mais me dá força para enxergar minhas fraquezas, são elas que gosto de expor. Eu sei que preciso desse encontro e tenho tentado planeja-lo, mas quanto mais eu penso, mais distante ele fica.

A nossa história foi linda! Talvez a mais bonita que vivi, mas confesso que havia um vazio no meu peito,  um vazio duradouro e persistente. Hoje esse vazio não existe mais, mas nós nos perdemos no meio do caminho..e é a nossa história que agora é vazia.

Tenho tido dificuldades de organizar meus pensamentos e sentimentos. Tenho tido dificuldades de digerir tudo o que aconteceu, mas o calar dos dias apenas fortalece novas verdades. Aquelas  verdades que me recusei a ver por muito tempo. Sei também que tenho tido coragem, fé e trabalho que me ajudam a buscar o equilíbrio e me dão paciência para caminhar mais devagar. Reconheço que tenho saudades de muitas coisas e lugares, e que dói só de imaginar como a vida era antes, mas entendo que hoje e talvez por muito tempo eu não poderia estar em outro lugar que não aqui. Tenho hoje a segurança e paz que tentava encontrar nos outros e que incrivelmente encontrei em mim, sozinha perdida nos meios de minhas orações, mas ainda me falta..e é para isso que tenho que ter paciência.

meu coração agora está sedimentado em todas as verdades que eu mesma construí. ele não está mais angustiado, apenas saudoso daquilo que foi e daquilo que será. agora quero apenas olhar para frente, ter objetivos, e tentar alcança-los, para que no próximo ano todas as mudanças possam ser reavaliadas e repensadas para que a próxima etapa possa ser  construída   com aqueles que quero pra sempre perto de mim.

Acho que sou uma dessas pessoas difíceis que gostaria de ser fácil. gostaria de não sentir tanto, de não sofrer tanto pelo jeito que a vida brinca com a gente. Não tenho resiliencia, nem flexibilidade.. demoro um pouco para responder as novas propostas.. e isso me dói. Queria a leveza da mudança, a positividade da esperança. Mas o que mais me toma é a angustia de deixar a vida que foi construída  para trás. É claro que é por um bom motivo: vida nova, trabalho novo.. mas o coração insiste em doer.. e as lagrimas caem sem  que eu perceba. Agora mais do que nunca é hora de praticar o desapego, de  tentar não  controlar as coisas incontroláveis.. é hora de aceitar as minhas decisões e ser tranquila..
É isso que tenho pedido todos os dias.